Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a infertilidade afeta hoje mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de 8 milhões só no Brasil.
Realizado desde a década de 1960 no Brasil, a histerossalpingografia ou simplesmente HSG, é um método diagnóstico de grande importância no estudo das causas de infertilidade conjugal.
Resumidamente, esse exame permite diagnosticar se o trajeto que deve ser percorrido pelo óvulo pela trompa de Falópio, local onde ocorre a fertilização na mulher, é possível e se a mesma encontra-se “aberta”, além de um estudo anatômico do útero e da trompa.
Para quais pacientes o exame é indicado?
Dr. Alexandre Oksman, médico radiologista do Hospital Nipo-Brasileiro, explica que esse exame é indicado para pacientes com dificuldades para engravidar, quando há suspeita de alterações nas trompas, endometriose na pelve, anomalias congênitas ou ainda aderências no útero após infecções e curetagem: ”Realizado há mais de 100 anos, a HSG continua sendo até hoje a principal ferramenta para avaliação das trompas, que estão muitas vezes relacionadas às dificuldades de engravidar. A partir desse exame, sabendo que as trompas estão pérvias, ou simplesmente “abertas”, tratamentos podem ser propostos de forma mais personalizada e efetiva“.
Como é realizado o exame?
Esse exame, segundo ele, é realizado geralmente em ambulatório por um médico radiologista especializado, sem a necessidade de internação ou sedação, com a inserção de uma sonda especial pelo colo uterino e aplicação de contraste iodado para a realização de radiografias em sequência, num processo que na maioria das vezes é concluído em 10 minutos.
Dr. Alexandre ressalta ainda que neste semestre o Hospital Nipo Brasileiro adquiriu um novo e moderno equipamento de Raio-X, com intensificador de imagem digital que permite, de forma mais dinâmica, realizar este procedimento.
O HSG deve ser feito entre o 5º e 12º dias do ciclo menstrual, período entre o final da menstruação e pouco antes da ovulação: “o exame não deve ser realizado se a paciente estiver com sangramento menstrual abundante vigente, infecção e/ou inflamação ginecológica ainda não totalmente resolvidas. Caso ela não esteja menstruando regularmente ou usando medicações que bloqueiam o ciclo menstrual, poderá fazer o exame após avaliação do médico radiologista responsável.
Que médico/especialista geralmente o solicita?
É um exame solicitado por ginecologistas, desde generalistas até especialistas em reprodução humana. Cirurgiões ginecológicos também solicitam muitas vezes como avaliação pré-operatória.
Tem efeitos colaterais?
O HSG é um procedimento minimamente invasivo, rápido e que pode fornecer informações significativas sobre uma variedade de anormalidades que causam infertilidade ou abortamentos: “Esse exame geralmente provoca um pequeno desconforto, semelhante às cólicas do período menstrual, que varia em intensidade de acordo com a sensibilidade de cada mulher e muito embora a grande maioria tolere bem, em alguns casos raros essas cólicas podem ser um pouco mais incômodas, porém, de curta duração”, esclarece ele.